- 1 junho, 2021

Investimentos na América Latina: que papel tem as exchanges de criptomoedas?

Milagros Aguirre
Milagros Aguirre
Senior Corporate Marketing Specialist
Comscore

Muito se fala da nova revolução tecnológica e econômica que trouxe o conceito do blockchain no mundo. Não só se fala do ideal de ativos digitais com controle descentralizado e livre de intermediações, como também sobre a possibilidade que os peers têm de utilizar um sistema que reduz o custo de transação e tempo, na entrega de maiores percentuais de ganho em comparação com outros sistemas de investimentos. Isso tem despertado um interesse genuíno em múltiplos usuários e grandes empresas - tais como JPMorgan, Tesla, Morgan Stanley e Mastercard, entre outras - em operar com criptomoedas.

Se olharmos para os investimentos digitais a partir do panorama geral da América Latina, a maioria dos países da região apresentaram tendências ascendentes na subcategoria de investimentos em termos de alcance- em grande parte devido ao uso das exchanges de criptomoedas - destacando Colômbia e Argentina, países que registram um crescimento de mais de 100% em investimentos digitais entre novembro de 2020 a fevereiro de 2021.

Mas essa tendência não só se reduz ao uso e acesso a plataformas de investimentos digitais, como também mostra uma comunidade social comprometida e ativa que está constantemente analisando a volatilidade do mercado e compartilhando-a em redes sociais. Durante abril de 2021, na América Latina as principais redes sociais do mundo registraram 95 mil menções em relação às exchanges de criptomoedas onde mais de 90% foram realizadas através do Twitter e representam um incremento de 30% em comparação ao mês anterior.

Sendo o auge das exchanges de criptomoedas um fenômeno que já vem desenvolvendo-se há vários anos, existem diversos concorrentes no mercado que competem pela atenção dos usuários. Segundo o ranking do CoinMarketCap, entidade que classifica e pontua as principais exchanges com base no tráfico, liquidez, volumes de comércio e confiança na legitimidade dos volumes de comércio reportados, a Binance e a Coinbase Pro classificam-se como as exchanges com maior pontuação, dados esses confirmados pelas redes sociais da América Latina. A Binance mostra mais de 60% das menções sociais seguido da Coinbase com 15%; são as exchanges que geram maior volume de menções na região.

E não é somente a audiência social que classifica a Binance como a exchange mainstream, mas também o crescimento e alcance da sua plataforma na América Latina, especialmente na Argentina e no Brasil, mercados onde registrou maior alcance multiplataforma durante fevereiro de 2021. Não obstante, é interessante analisar a porcentagem de variação de um mês a outro nos países onde o domínio ainda não apresenta altos números de penetração. Por exemplo, México e Chile mostram uma alteração percentual de 631% e 493%, respectivamente; o que pode ser interpretado como uma alta possibilidade de expansão e chegada ao resto dos países da América Latina.

Na verdade, se focarmos nos dados de tendências de visitantes únicos na Binance durante o último ano nos países que apresentam maior alcance, seu crescimento começou a registrar altos picos no começo de 2021. Embora a tendência de visitantes multiplataforma seja similar tanto na Argentina como no México e Brasil durante os últimos meses, o comportamento de uso é muito diferente em cada mercado. Se observarmos o método de acesso por dispositivo do Brasil, notamos que o “mobile only” representa 83% com um consumo de minutos diários por visitante de 42 minutos em média através de seu aplicativo móvel.

Sua estratégia de conteúdo social também consegue captar a atenção de muitos usuários. Em 6 de abril de 2021, a conta oficial do Twitter da Binance anunciou que entregaria 5 mil dólares em prêmios a usuários e seguidores, o que possibilitou alcançar muita interação em todo o mundo. Nesse dia, na América Latina, a exchange alcançou um volume de mais de 3.9 mil menções em social media.

Mas a Binance não foi o único pico de menções durante o mês de abril de 2021. Outro grande sucesso para o mundo dos ativos digitais também alcançou altos níveis de conversação virtual. Em 14 de abril de 2021, a exchange Coinbase se tornou a primeira companhia de moeda virtual a entrar no Nasdaq sob o símbolo COIN, fechando suas ações em 328,28 dólares. O que estabeleceu mais de 271 mil menções sociais a nível mundial onde a América Latina representou 1.4%.

Inclusive nos primeiros dias de maio de 2021, Bitso, a Exchange latino-americana com sede no México, conseguiu arrecadar 250 milhões de dólares em sua rodada de financiamento de série C e agora está avaliada em 2,2 bilhôes de dólares, tornando-se a primeira empresa “Unicórnio Cripto” da América Latina.

Sem dúvidas o comércio das criptomoedas é mais que uma tendência e está forte na região latino-americana. Cada vez mais concorrentes estão tomando lugar neste setor e obtendo grandes êxitos, tanto no mercado de valores como no mundo digital e social. É hora de se considerar esta grande revolução tecnológica, analisar estas mudanças de comportamento dos usuários que estão focados nas finanças e começar a conceber a possibilidade de que as criptomoedas poderiam começar a ser a nova moeda corrente.

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